O ex-deputado federal pelo PT e advogado Luiz Carlos Sigmaringa Seixas morreu nesta terça-feira (25), aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde fez transplante de medula para combater uma mielodisplasia — um tipo de falência da medula óssea na produção de células. Segundo a família, ele conseguiu fazer um transplante, mas com baixa compatibilidade. Após a operação, o jurista ficou com baixa imunidade e teve uma infecção.
Nascido em Niterói (RJ), em 7 de novembro de 1944, Seixas foi deputado federal por três vezes pelo Distrito Federal. Em 1985, foi eleito pela primeira vez deputado federal pelo PMDB e participou da Assembleia Nacional Constituinte que elaborou a Constituição. Em 1998, deixou o PMDB e se filiou ao PSDB, partido pelo qual se reelegeu na Câmara em 1990. Em 1997, ingressou no PT. Em 2002, foi novamente eleito deputado federal. Deixou a Câmara em janeiro de 2007.
Seixas foi conselheiro da OAB-DF (1976-1984) e também consultor da Anistia Internacional, membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz e vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia na capital federal. Formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), ficou conhecido por defender presos políticos e estudantes durante a ditadura militar. O corpo será velado a partir das 8h desta quarta-feira (26), no Cemitério Campo da Esperança, em Brasília. O enterro está previsto para 16h30min.
Repercussão
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta terça-feira (25), por meio de seu advogado Manoel Caetano Ferreira Filho, para deixar a prisão em Curitiba e comparecer ao funeral de Sigmaringa, que era seu amigo. O juiz plantonista Vicente de Paula Ataíde Júnior negou a solicitação, por volta das 15h, alegando que a proximidade referida pela defesa não é suficiente, por lei, para permitir a saída.
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli lamentou a morte de Seixas em um comunicado. Para Toffoli, o ex-parlamentar deixou sua marca como "homem público, deputado constituinte e advogado primoroso". "Sigmaringa Seixas tinha compromisso com a Justiça e o bem-estar social. Sempre pronto a lutar pelos Direitos Humanos, pela Democracia e pela Liberdade em nosso País, trabalhando com humildade pelo bem comum, sem buscar os holofotes", afirmou.
A presidente nacional do PT e senadora Gleisi Hoffmann (PT), lamentou a morte do amigo: "Com tristeza imensa acabei de saber da morte de nosso grande e querido companheiro Sigmaringa Seixas. Lutador incansável pela justiça e pela democracia em nosso País", escreveu no Twitter.
O ministro Gilmar Mendes fez uma homenagem a Seixas, afirmando que ele era um grande advogado, "um mestre na arte da conciliação e da tolerância, um agregador por natureza e vocação. Um democrata na acepção da palavra".
O presidente Michel Temer também se manifestou sobre a morte do ex-deputado: "Lamento imensamente a morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas, um lutador pela democracia brasileira. Meus sentimentos de pesar à família e amigos", declarou.