Financiamento da saúde
O subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a crise fiscal são dois pontos que exigirão atenção do novo governo. Atualmente, Estados e municípios entram com mais da metade do financiamento na área, já que os valores repassados por meio do SUS estão defasados.
Além disso, a projeção para os próximos anos é pessimista _ o envelhecimento da população e a consequente maior incidência de doenças devem onerar mais a área. O ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão sugere foco na gestão.
— Temos de buscar mais eficiência, mas temos de rever e repensar o teto de gastos, que faz com que o novo governo assuma num contexto dramático — opina o hoje pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.
Prontuário eletrônico
Promessa de campanha, o prontuário eletrônico é visto por especialistas como salto de qualidade no sistema, mas de difícil implantação. A descentralização da saúde pública e a falta de planos de gestão que integrem os sistemas regionais e nacional são entraves ao sucesso da proposta.
Programa Mais Médicos
Após a saída de profissionais cubanos do programa Mais Médicos, o desafio passou a ser o preenchimento de vagas desprezadas por profissionais brasileiros. Cidades pequenas e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) são as mais afetadas pela falta de interesse.
A saída passaria por ações que estimulem médicos a atuarem em regiões mais afastadas e com menor acesso à tecnologia. O ex-ministro José Gomes Temporão sugere a criação de uma carreira pública com foco em regiões pobres:
— É preciso criar uma carreira de Estado dedicada a municípios com IDH mais baixo, serviço obrigatório nessas regiões para egressos de universidades públicas, além de ampliar o uso de telemedicina.
Estratégia de Saúde da Família (ESF)
Um dos principais programas de prevenção na área da saúde, o ESF precisaria ser ampliado. Hoje, acompanha 120 milhões de pessoas. Bolsonaro afirmou que integrará profissionais de educação física às equipes. Para isso, o desafio será buscar recursos sem estourar o teto de gastos.