Há menos de dois meses do resultado das eleições de 2018, sucedem-se as tentativas de prever o novo cenário da Câmara e do Senado a partir de 1º de janeiro, quando assume o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Sem conseguir a reeleição depois de cumprir seis mandatos consecutivos, o presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou que a sigla “vai ficar independente”, após historicamente fazer parte da base dos governos nas últimas três décadas.
— Vamos analisar e nos posicionar sobre cada medida, cada proposta. Vamos ter uma análise muito mais crítica e muito mais técnica. Por isso, não teremos alinhamento, em princípio, de qualquer forma — explicou Jucá em entrevista ao programa Timeline Gaúcha nesta sexta-feira (30).
Indagado sobre se seria alguma forma de oposição, já que o deputado federal Osmar Terra, do MDB, foi anunciado como futuro ministro da pasta da Cidadania, o senador negou. Segundo ele, o partido vai prezar “pela economia e geração de empregos”. Jucá afirmou ainda que concorda com “o fim do governo de coalizão”:
— Dividir ministério por conta de partido não se mostrou uma boa prática, temos que evoluir. A negociação por bancada (como tem feito Bolsonaro) não deixa de ser uma negociação política, mas precisamos ver no plenário como isso vai se desdobrar, na reunião de líderes, na agenda dos deputados. A gente não tem que ter preconceito com essa nova forma do presidente realizar a sua relação com o Congresso — avaliou.
Na quinta-feira (29), Osmar Terra disse que acreditava na entrada do seu partido na gestão do presidente eleito. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o parlamentar afirmou que, pessoalmente, acredita que o MDB "não tem como ficar fora disso".