O governador eleito Eduardo Leite (PSDB) passou a tarde desta segunda-feira (19) distribuindo convites para que MDB, PDT, PSL e DEM integrem o seu futuro governo. O largo espectro ideológico dos convites tem ainda as ofertas ao PSB e PR, partidos buscados na sexta-feira (16) por Leite. Juntas, as seis legendas ocupam 23 das 55 cadeiras da Assembleia Legislativa a partir da próxima legislatura.
— Nosso sistema político brasileiro pressupõe a construção de maiorias, em prol de uma agenda. O governador é um proponente, quem toma a decisão é a Assembleia. Precisamos construir governabilidade — afirmou Leite, após o encontro com representantes do PSL e do DEM, na sede do PSDB.
— Com certeza (existem proximidades). Conhecemos o governador (eleito) e foi a melhor impressão possível — disse a presidente estadual do PSL, Carmen Flores.
Do ninho tucano, Leite seguiu a pé, pela Rua dos Andradas, até a sede do MDB, partido do atual governador José Ivo Sartori, derrotado no segundo turno das eleições. Aos emedebistas, Leite destacou a proximidade histórica dos dois partidos no Estado.
O convite foi classificado por três emedebistas ouvidos por GaúchaZH como "surpreendente". Antes de receber Leite, a Executiva do MDB se reuniu e debateu a proposta do tucano de manter as alíquotas elevadas de ICMS.
— Eu achei que seria uma visita protocolar. Não achei que nos convidaria. O melhor caminho é não ter grau de dependência. Queremos a independência, é o melhor para a história do partido — indicou o presidente do MDB gaúcho, Alceu Moreira, que levará a proposta para decisão do Diretório Estadual.
O deputado estadual eleito pelo MDB Sebastião Melo acrescentou que "um dos grandes males do Brasil é todo mundo que perde a eleição entrar depois no governo".
— A população quer clareza — disse Melo.
Outro deputado emedebista que não quis ser identificado disse não acreditar na aliança pós-eleitoral, argumentando que "a base não compreenderia".