O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, voltou a criticar na manhã deste sábado, (13), a ausência do concorrente Jair Bolsonaro (PSL) em debates.
— Quem não tem propostas, não tem o que debater — afirmou Haddad, antes de encontro com coletivos culturais na Cohab Raposo Tavares, na zona oeste da capital paulista.
O petista disse também que está disposto a ir a "qualquer lugar" para debater com o candidato do PSL.
Bolsonaro cancelou a participação em debates até o dia 18 de outubro e reconheceu que pode ser estratégico não participar de nenhum encontro com Haddad até a realização do segundo turno, mesmo se for liberado por médicos. Neste sábado, porém, afirmou estar "pronto para debater" com Haddad, desde que "sem participação de terceiros", numa referência à suposta influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O capitão também acusa Haddad de ser ventríloquo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que, por isso, não quer debater com ele. Questionado sobre isso, o petista diz:
— Quem bate continência para americano não tem moral para falar nada.
Corrupção
O candidato do PT reconheceu na manhã deste sábado (13) que faltou controle nas estatais durante o governo petista e que por isso houve casos de corrupção.
O presidenciável afirmou que uma das causas da corrupção durante o governo petista foi a falta de controle interno dentro de estatais.
— Diretores ficaram soltos para promover a corrupção e enriquecer pessoalmente — afirmou o candidato a jornalistas, em agenda na periferia de São Paulo.
Haddad tem sido cobrado por aliados a fazer uma autocrítica às gestões petistas, com vistas a buscar o eleitorado que migrou para Jair Bolsonaro (PSL) na esteira do discurso de anticorrupção.
Ele reiterou nesta manhã o apoio, por exemplo, à prisão de políticos envolvidos em esquemas de corrupção.
— Se algum dirigente partidário cometeu erro e quando garantido o amplo direito de defesa, a conclusão é que ele enriqueceu ilicitamente, tem que ir para a cadeia — afirmou, sem dar o nome de dirigentes ou diretores de estatais envolvidos em corrupção.
De acordo com Haddad, a gestão dele no Ministério da Educação será um exemplo aos órgãos do governo se ele for eleito presidente da República.
— Não tivemos caso de corrupção no Ministério que eu comandei durante seis, quase sete anos, porque tínhamos controladoria forte. Éramos um dos maiores orçamentos da República. Este mesmo tipo de controle à corrupção nós vamos ter nas estatais — afirmou o candidato.
Questionado sobre a necessidade de autocrítica às gestões petistas, Haddad disse que faz críticas rotineiramente.
— Todo dia eu faço crítica a alguma coisa que foi feita equivocada mostrando o caminho para superar. Eu tenho de apontar os caminhos de superação — respondeu.