Nos últimos 50 dias, eles percorreram o Brasil atrás do voto de 147.306.275 eleitores. Contaram suas histórias de vida, proclamaram seus feitos e desfiaram promessas. Encerrada a campanha neste 1º turno, chegou a hora do veredito solitário na cabine de votação. Para ajudar na decisão, GaúchaZH oferece um currículo resumido dos principais candidatos ao Palácio do Planalto. Confira abaixo a de Fernando Haddad (PT).
Origem
Fernando Haddad nasceu em 25 de janeiro de 1963, em São Paulo (SP). Filho de comerciantes, formou-se em Direito na Universidade de São Paulo (USP), cursou mestrado em Economia e doutorado em Filosofia. Foi professor de Teoria Política Contemporânea, analista de investimento no Unibanco e consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe). Na política, foi secretário-executivo e ministro da Educação nos governos Lula e Dilma e prefeito de São Paulo. Disputa sua primeira eleição presidencial.
Realização
Secretário-executivo do Ministério da Educação, Haddad sugeriu, em 2004, projeto para facilitar o acesso ao Ensino Superior. A ideia era trocar a isenção tributária das instituições privadas por bolsas de estudo a alunos carentes. Nasceu o Prouni. Para ingressar no sistema, via Enem, é preciso ser egresso da rede pública – ou da particular com bolsa integral – e ter renda familiar per capita máxima de três salários mínimos. Até 2016, mais de 1,9 milhão de estudantes haviam conseguido bolsa, 70% delas integrais.
Encrenca
Em oito dias, entre o fim de agosto e o começo de setembro, Haddad foi denunciado duas vezes. Na primeira, por improbidade e enriquecimento ilícito. Na segunda, por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Nas duas ações, é acusado de receber R$ 2,6 milhões da UTC Engenharia para quitar dívida da campanha à prefeitura de São Paulo em 2012. Haddad nega:
— Uma narrativa sem qualquer prova, de uma delação rejeitada em quase uma dezena de casos.
Proposta
Haddad promete baixar as taxas de juros dos bancos. Seu programa defende reforma do sistema financeiro, com ampliação da concorrência. A ideia é facilitar o acesso ao crédito às empresas e aos consumidores. Para isso, haveria tributação progressiva. Os bancos que baixarem os juros e concederem prazo maior terão impostos menores. Em contrapartida, instituições que cobrarem juros mais altos terão alíquota elevada.
Curiosidade
Em 1998, Haddad trabalhava como consultor na Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) quando se encontrou com um antigo amigo do movimento estudantil, o jornalista Eugênio Bucci. Então diretor da revista Quatro Rodas, Bucci lamentou a inexistência no país de uma tabela que servisse de guia para o mercado de carros usados. Haddad se ofereceu para criar um modelo com os técnicos da Fipe. Meses depois, surgia a tabela Fipe, referência até hoje para o comércio de veículos.