Um dia após declarar que defende uma Constituição não elaborada por pessoas eleitas, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), reagiu às críticas de que teria uma postura antidemocrática.
– Não sei por que eu sou antidemocrático. Mas, tudo bem, deixa pra lá. É um carimbo que querem colocar em mim, que eu rejeito – declarou. – Se eu fosse antidemocrático, não estaria participando de uma eleição. Estaria limpando as armas e aguardando o momento – completou.
Mourão disse que sempre fala em suas palestras que existe um consenso dos pensadores brasileiros que a Carta de 88 é um problema.
– Seria muito bom que pudéssemos trocá-la. Mas, todo mundo sabe muito bem que o presidente da República, por si só, não tem esse poder. As pessoas têm de ter consciência disso. O pessoal não gosta, acha um absurdo, mas eu tenho direito de externar a minha opinião – comentou, citando a candidata da Rede ao Planalto, Marina Silva, que o criticou.
– É um direito dela – disse sobre a candidata.
Mourão falou à reportagem do jornal o Estado de São Paulo, por telefone, ao desembarcar em Manaus nesta sexta-feira (14) antes de fazer uma palestra para 300 empresários. O candidato a vice também comentou as críticas que tem recebido por parte de setores da própria campanha, segundo as quais ele estaria querendo substituir Bolsonaro.
– O pessoal dispara tiro pra tudo que é lado – minimizou. – Eu estou fazendo minha parte. Como eu vou tomar o lugar dele? O candidato é ele – disse.