O primo do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, pediu ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma extensão da liberdade concedida ao tucano. Alvo de mandado de prisão temporária da investigação da Operação Lava Jato sobre corrupção em concessão de rodovias federais no Paraná, Luiz Abi Antoun não foi preso nesta quarta-feira, 27, pois está no Líbano.
A Lava-Jato afirma que Luiz Abi era o "caixa-geral" de arrecadação de propinas do grupo de Beto Richa. Os investigadores estimam que o grupo ligado ao ex-governador arrecadou cerca de R$ 55 milhões em propinas.
No pedido ao ministro, o primo do tucano alegou que a ordem de prisão temporária é, na verdade, uma tentativa de "camuflar" uma condução coercitiva.
Beto Richa foi preso em 11 de setembro, alvo da Operação Radiopatrulha, do Ministério Público do Paraná. A investigação mira desvios no Programa Patrulhas do Campo, que faz manutenção de estradas rurais. Em seu pedido de liberdade a Gilmar Mendes, o ex-governador alegou que sua prisão temporária era, na verdade, uma condução coercitiva. Em 14 de setembro, o ministro acolheu os argumentos e mandou soltar o tucano.
Com base em argumentos semelhantes aos do primo, Luiz Abi pediu uma extensão da liberdade ao Gilmar Mendes no mesmo processo que tirou Beto Richa da cadeia.
Em nota, Beto Richa afirmou que é "o maior interessado na investigação". "O ex-governador Beto Richa nunca foi condescendente com desvios de qualquer natureza e é o maior interessado na investigação de quaisquer irregularidades. Beto Richa segue confiando na Justiça e tem a certeza que o devido processo legal provará sua inocência".