O cantor Gilberto Gil prestou depoimento à Operação Lava-Jato na quinta-feira (9), como testemunha de defesa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta ação, o petista é acusado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia. Gil foi ministro da Cultura do governo Lula, entre 2003 e 2018.
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende o petista, perguntou ao cantor se ele presenciou ou teve notícia de algum ato de Lula que pudesse sugerir alguma vantagem indevida em troca de atos que ele teria praticado como presidente.
— Não, nunca — respondeu.
Gilberto Gil também disse que não viu ou teve conhecimento de supostos benefícios de Lula às empresas Odebrecht e OAS em troca de reformas no sítio em Atibaia.
— Não, de maneira nenhuma — afirmou Gil.
—Ouviu falar ? — perguntou Zanin.
—Não, não. Nada disso — declarou o cantor.
O juiz federal Sergio Moro fez questionamentos ao cantor. O magistrado da Lava-Jato citou os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil/governo Lula) e Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/governos Lula e Dilma) e o marqueteiro de campanhas do PT João Santana. Os três foram condenados na operação. Palocci e Santana são delatores.
— O sr. conheceu José Dirceu?— perguntou Moro.
— Sim, claro — respondeu Gil.
— Ministro ao mesmo tempo que o sr.? — quis saber o juiz.
— Sim— disse o músico.
— Teve conhecimento quando o sr. ocupava o ministério do envolvimento do sr. José Dirceu em algum esquema de corrupção? — questionou o magistrado.
— Não — afirmou Gil.
— Conheceu Antonio Palocci?— perguntou o juiz.
— Sim— disse o cantor.
— Teve conhecimento durante o exercício do cargo como ministro, do senhor ministro Antonio Palocci em algum esquema de corrupção? — questionou Moro.
— Não — respondeu Gilberto Gil.
O cantor disse a Moro que conheceu João Santana e teve contato com o marqueteiro durante o período em que ocupou o cargo de ministro da Cultura.
O juiz da Lava-Jato quis saber se o músico soube, na época, de algum envolvimento de João Santana em algum esquema de corrupção ou de lavagem de dinheiro.
— Não, não tive conhecimento nenhum — afirmou Gil.
— O senhor tem conhecimento que tanto o senhor Antonio Palocci como o sr. João Santana são confessos em relação à prática de crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro? —perguntou o magistrado.
— Tenho ouvido notícias a respeito dessa possibilidade — disse Gilberto Gil.
— Mas na época o senhor não tinha conhecimento — afirmou o juiz.
— Não— respondeu o cantor.