O depoimento de uma nova testemunha no inquérito dos portos disse à Polícia Federal (PF) que o coronel João Baptista Lima Filho, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer, recebeu propina em contrato no Aeroporto de Brasília. O testemunho, colhido em 13 de julho, na Superintendência da PF em Brasília, é do empresário Marcelo Castanho, dono da empresa de publicidade Alumi. As informações são do site G1.
A investigação apura se Temer beneficiou a empresa Rodrimar, que atua no porto de Santos, por meio de assinatura de decreto com normas para o setor portuário.
O empresário ouvido pela PF afirmou que pagou R$ 1 milhão a uma empresa do coronel Lima para atuar com publicidade na área do Aeroporto de Brasília. Castanho teria realizado uma parceria com um intermediário próximo do então presidente da Inframerica, responsável pelo aeroporto. Antes de finalizar o negócio, o empresário foi comunicado de que teria de pagar R$ 1 milhão para a Argeplan, que tinha o coronel Lima como um dos sócios.
Quando recebeu o contrato, Castanho teria percebido que o documento estava em nome de outra empresa, a PDA (Projeto e Direção Arquitetônica) — que pertence ao coronel Lima e à mulher dele, Maria Rita Fratezi. O empresário disse que nunca se encontrou pessoalmente com o coronel e que tratou de pagamentos e pontos do contrato via telefone.
Troca de e-mails apresentadas por Castanho à PF, entretanto, mostram supostas cobranças feitas pelo coronel. Segundo a reportagem, os investigadores apuram se o dinheiro tinha Temer como destino. Existe a suspeita de que o coronel Lima seja um dos operadores do presidente.
A defesa de Temer negou participação do chefe do Executivo na celebração de acordo entre as duas empresas privadas. O coronel, a mulher dele e a Inframérica negaram as acusações.