Após novas suspeitas de que estariam recebendo regalias na Penitenciária da Papuda, em Brasília, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o senador cassado Luiz Estevão (DF) foram transferidos para o bloco de segurança máxima da unidade prisional. A determinação foi dada nesta quinta-feira (19) pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal.
Ao levar em conta a “vulnerabilidade” dos políticos no convívio com os demais presos, a juíza Leila Cury também decidiu pela transferência do ex-deputado Márcio Junqueira (PROS-RR).
No mês passado, a Polícia Civil realizou uma operação na Papuda e encontrou indícios de que Geddel e Estevão recebiam uma série de privilégios. Na cela do ex-senador, por exemplo, os agentes encontraram chocolates, cinco pen drives e uma tesoura.
A juíza disse que há indícios de que Estevão “vem exercendo liderança negativa no ambiente em que atualmente está recolhido” e lembrou que ele já foi flagrado ao menos duas vezes na posse de objetos proibidos.
No entanto, a magistrada rechaçou a informação de que Estevão seja "o dono da cadeia", como afirmaram recentes reportagens. Apesar das regalias, disse que “não há prova do descontrole total do Estado ou vácuo de Poder”.
No caso de Geddel, a juíza argumentou que ele se comporta de forma indisciplinada, se recusa a receber parte das quatro refeições diárias disponibilizadas na unidade prisional e insiste em ter acesso à cantina. Agora, os três presos ficarão em celas individuais, sem contato com os demais detentos inclusive no período de banho de sol.
Luiz Estevão foi condenado a 31 anos de prisão pelo desvio, na década de 1990, de R$ 169 milhões na execução da obra da sede do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo.
Geddel foi preso preventivamente em 8 de setembro do ano passado, depois que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões dentro de malas e caixas de papelão no imóvel de um amigo dele, próximo a sua residência.
Junqueira também está preso preventivamente desde abril deste ano, suspeito de obstrução de Justiça e de atrapalhar as investigações sobre desvios na Petrobras em benefício ao Partido Progressista, ao qual ele já foi filiado.