O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), não recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, na última quarta-feira (27), durante sua viagem à capital amazônica, onde visitou um centro de acolhida para refugiados venezuelanos.
"Respeite a soberania do meu país e o brio do povo amazonense. Não aceito a intervenção militar, nem por brincadeira. Por favor, volte para sua casa", tuitou o prefeito, dirigente histórico do PSDB. O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) "reconheceu o trabalho de acolhimento aos venezuelanos feito por Manaus. Não tente me ensinar a ser solidário. Os mexicanos podem falar sobre o tratamento que o seu país dá a eles", acrescentou.
O site da Prefeitura de Manaus explicou que Virgílio Neto "manifestou preocupação com a presença do grande aparato militar que acompanha a comitiva americana". "Destacou ainda o trabalho humanitário com os imigrantes venezuelanos feito pela cidade, em comparação ao que vem sendo feito pelo governo norte-americano com os imigrantes mexicanos", de acordo com a página oficial.
Na terça-feira (26), Virgílio Neto já havia adiantado que não receberia Pence devido às exigências impostas pelo protocolo de segurança da delegação americana, que obrigava as autoridades locais a esperar duas horas no aeroporto antes da chegada do vice-presidente.
Pence viajou acompanhado de sua esposa, Karen, mas o prefeito não poderia estar com sua esposa, Elisabeth Valeiko Ribeiro, que preside o Fundo Manaus Solidário, responsável pela acolhida dos cidadãos venezuelanos.
— Eu fico desde 9h, ele chega 10h40min para ver como é que nós estamos tratando os venezuelanos (...) Ele quer ver sozinho e mais: vem a mulher dele e não quer que eu leve a minha. Eu não perco nada não vendo o vice-presidente Pence. E ele não perde nada não me vendo, então é um zero a zero bacana e está tudo resolvido — afirmou Virgílio Neto, citado pelo jornal Folha de S.Paulo.
Pence e sua esposa visitaram o Centro de Acolhida Santa Catarina para refugiados venezuelanos em Manaus, onde conversaram com algumas famílias e rezaram por seu bem-estar. O vice-presidente sobrevoou a zona franca de Manaus e a Floresta Amazônica antes de ir a Quito.