Após lançar esforços na construção de um muro de cerca de 1.126 quilômetros na fronteira com o México, com decreto assinado poucos dias depois de assumir a presidência dos Estados Unidos, Donald Trump se torna novamente alvo de críticas por sua determinação em endurecer a política de imigração no país. Agora, porém, os Estados Unidos recebem olhares atentos do mundo inteiro pela prática de separar os filhos dos pais, no caso de famílias de imigrantes.
O Departamento de Segurança Interna (DHS) afirma que não tem uma política para separar famílias, mas os casos dispararam exponencialmente desde que o governo passou a processar os adultos pela entrada ilegal no país. Quando os pais são detidos, com acusações criminais, e levados para o sistema prisional, devem ser separados dos filhos, já que os menores não podem adentrar nestes locais.
O anúncio da medida e da nova política de "tolerância zero" ocorreu em 7 de maio pelo procurador-geral e secretário de Justiça, Jeff Sessions. Em apenas cinco semanas de aplicação, o número de crianças separadas dos pais aumentou para mais de 2,3 mil.
O que acontece com as crianças?
Uma vez separadas dos pais, as crianças são entregues ao Escritório de Instalação de Refugiados (ORR, na sigla em inglês), do Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
Esses menores têm idades que vão de um a 18 anos e são retidos em centros de acolhida, onde dormem em colchões sobre o piso de concreto em unidades rodeadas de cercas metálicas que dão, ao conjunto, a impressão de uma enorme jaula.
Hoje, o ORR tem sob sua guarda quase 12 mil crianças e adolescentes, sendo que cerca de 10 mil entraram no país sem a companhia de um adulto. De acordo com o governo, o ORR tenta instalar essas crianças que chegaram desacompanhadas com familiares que já viviam nos Estados Unidos — um processo que pode demorar vários meses. O ORR afirma que também tentará localizar os jovens recentemente separados de seus pais.