A polêmica sobre o projeto de decreto legislativo que prevê a realização do plebiscito pra venda das estatais gaúchas CEEE, CRM e Sulgás dará mais um passo nesta terça-feira (5). No dia em que a Mesa Diretora da Assembleia deverá votar o projeto, tanto o líder do governo na Assembleia, Gabriel Souza (MDB) - que trabalha pela aprovação do plebiscito -, quanto o presidente da Assembleia, Marlon Santos (PDT), reconheceram que o parecer deverá ser favorável ao projeto na Mesa. Entretanto, afirmam que a dificuldade de aprovação será maior no Plenário.
_ A principal resistência é de partidos que, por questões ideológicas, não concordam com a redução do tamanho do Estado _ comentou Gabriel Souza em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Para o líder do governo, o plebiscito é necessário para ouvir população sobre o assunto. Entretanto, o político defende que a privatização é fundamental para que o Estado possa investir em saúde, segurança e educação.
_ Distribuir gás natural não é a função típica do Estado. O Rio Grande do Sul arrecadaria muito mais com investimentos privados_ defendeu.
Ouça as entrevistas na íntegra:
Já o presidente da Assembleia argumentou, também ao programa Gaúcha Atualidade, que a oposição se dá pela "nebulosidade do processo" que está em curso:
_ Um dos exemplos é o tempo que levou para trazer o assunto à tona. Parece que só quer atrapalhar o processo eleitoral. Além disso, não existe um modelo de plebiscito a ser encaminhado ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A pergunta que o governo mandou é: você é a favor de privatizar ou federalizar? É preciso separar as coisas. Federalizar é diferente de privatizar, pois significa a União abraçar as estatais.
Para Marlon Santos, que também defende a consulta popular sobre o assunto, é preciso que o processo seja mais transparente:
_ Quando algo no processo é dúbio, todo o processo é dúbio _ concluiu.