A resposta dos militares à divulgação do documento da CIA de 1974, que contesta a imagem do ex-presidente Ernesto Geisel de defensor da abertura política e o acusa de ter endossado a execução de presos políticos, veio por meio do presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel. Ao comentar o material, agora divulgado pelo pesquisador brasileiro da Fundação Getúlio Vargas, Matias Spektor, o general classificou a publicação como "inteiramente fantasiosa".
Depois de destacar que o documento "não vale um tostão furado", o general Pimentel afirmou que os ex-presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo foram "homens de bem" e que os que viveram este tempo "sabem bem que os objetivos que estabeleceram àquela altura do governo militar não abrigavam esse tipo de ação". Segundo ele, "a ordem era restabelecer a plenitude da democracia e devolver o poder aos civis".
Para o presidente do Clube Militar, instituição que costuma ser a voz da categoria, declarou que "não se surpreendia" com a divulgação de um documento e que o momento tem a ver com a posição de liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas, sem citar seu nome.
— A oportunidade para mim é clara — comentou. — Temos agora na liderança das pesquisas para as eleições presidenciais um candidato que surgiu do nosso meio e um grupo expressivo de militares que, democraticamente, nesses dias consolidou a intenção de candidatar-se aos mais variados cargos de governo, desde os municipais, passando pelos estaduais até os federais — justificou ele.