A Polícia Federal concluiu, após dois anos e meio de de investigação, que a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), se beneficiou de dinheiro desviado em contratos do Ministério do Planejamento, que era ocupado por seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo. De acordo com a Revista Veja, que teve acesso ao relatório final do inquérito, as condutas da senadora paranaense podem configurar corrupção passiva, lavagem de dinheiro e crime eleitoral.
Consta, no inquérito que tramita sob segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal (STF), que Gleisi, o marido, seus assessores e o escritório do advogado Guilherme de Salles Gonçalves, que representava o casal, receberam R$ 7 milhões do Fundo Consist em cinco anos.
"Existem indicativos de que Gleisi Helena Hoffmann de alguma forma colaborou para ocultar ou a dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores oriundos do esquema criminoso Consist, pois foram identificados diversos registros de pagamentos feitos em benefício da senadora Gleisi Helena Hoffmann ou pessoas relacionadas a ela e/ou ao marido Paulo Bernardo entre os anos de 2010 e 2015", conclui o a PF.
Ainda de acordo com a Revista Veja, que tentou contato com a senadora e afirma que ela recusou se manifestar, a Polícia Federal tentou quatro vezes ouvir Gleisi, que se recusou a prestar depoimento no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal.
Contraponto
Por meio de nota, Gleisi lamentou que seja mais uma vez "vítima de calúnias e de perseguição político-judicial-midiática". Nas palavras de Gleisi, há uma sanha de inquéritos em razão das posições políticas dela e por ela ocupar a presidente nacional do partido, "que a Operação Lava-Jato e a mídia golpista tratam como inimigo a ser abatido". Leia a nota íntegra:
"Como é que um processo que corre em segredo de Justiça tem um suposto relatório vazado para a imprensa, sem que isso seja do meu conhecimento ou da minha defesa? Com que objetivo?
Nunca tive contas pagas por terceiros nem recebi dinheiro ilegal para mim ou para campanhas eleitorais. A investigação a que se refere a reportagem se arrasta há dois anos e meio e não concluiu nada, a julgar pelas insinuações levianas, que remetem a terceiros, ao invés de sustentar acusações concretas. Não há qualquer fato ou prova que possa levar a isso.
Lamento que esteja sendo mais uma vez vítima de calúnias e de perseguição político-judicial-midiática. Só posso entender essa sanha de inquéritos em razão de minhas posições políticas e por estar ocupando a presidência do PT, partido que a Operação Lava Jato e a mídia golpista tratam como inimigo a ser abatido."