O presidente Michel Temer comunicou, nesta sexta-feira (25), que acionou o uso de forças federais para a desobstrução de estradas no país. Em pronunciamento no Palácio do Planalto, disse que "uma minoria radical" desrespeitou o acordo estabelecido entre o governo e as entidades que representam os caminhoneiros. O presidente disse que os governadores foram orientados a mobilizar também a Polícia Militar na operação.
— Muitos caminhoneiros, aliás, estão fazendo sua parte, mas infelizmente uma minoria radical tem bloqueado estradas, impedido que muitos caminhoneiros levem adiante o seu desejo de atender a população e fazer o seu trabalho — disse Temer.
O presidente citou as medidas propostas pelo governo para a suspensão da greve por 15 dias, como a redução de 10% no preço do diesel durante 30 dias e a retirada da cobrança da Cide. Segundo Temer, houve comprometimento dos representantes dos caminhoneiros em encerrar o movimento.
— Atendemos 12 reivindicações prioritárias dos caminhoneiros, que se comprometeram a encerrar a paralisação imediatamente. Esse foi o compromisso conjunto. Esse deveria ter sido o resultado do diálogo — afirmou, em referência ao acordo proposto na noite de quinta (24).
A assessoria do Ministério da Segurança disse que um decreto presidencial será editado por volta de 16h desta sexta com os detalhes da operação das forças federais. Serão envolvidos militares das Forças Armadas, da Força Nacional, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das polícias militares dos estados.
Ainda segundo a assessoria, o decreto permitirá o desbloqueio de estradas e dos acostamentos. O governo quer, inclusive, que os militares assumam a direção dos veículos em caso de resistência dos motoristas.
A operação deverá ter início por estradas que levam a seis aeroportos, de modo a garantir a chegada de caminhões com querosene de aeronaves. O mesmo ocorrerá nos acessos de duas termelétricas do país que correm risco de funcionamento por falta de combustível.