O ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) se entregou à Polícia Civil de Minas Gerais na tarde desta quarta-feira (23). Por determinação da Justiça, ele não vai para uma prisão comum.
O tucano – condenado a 20 anos e um mês de prisão no mensalão tucano – conseguiu o direito de ficar preso em uma unidade da Polícia Militar sem a necessidade da utilização de uniforme do sistema prisional do Estado. A decisão é do juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, da Vara de Execuções Penais de Belo Horizonte. A Justiça ainda proibiu o uso de algemas.
Azeredo era considerado foragido na manhã desta quarta. Os defensores do ex-governador e a Polícia Civil negociavam desde a noite da terça-feira (22) as condições para ele se apresentar após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) negar o último recurso cabível na condenação do tucano.
No despacho, o juiz da Vara de Execuções Penais afirmou que "a situação é inédita, nunca vista anteriormente em Minas Gerais, ou seja, a prisão de um ex-chefe de Estado. Além de ex-governador, o sentenciado possui vasta participação na vida política nacional por força de democrática escolha popular, sendo inegável o respeito que se deve dispensar a esta vontade, outrora exercida, e por isto mesmo há regramento próprio de proteção a pessoas que desempenharam funções relevantes na República".
Ainda segundo a decisão, Azeredo tem status de ex-governador de Estado "com repercussão econômica e administrativa em face do cargo que ocupou, o qual lhe deferiu a autoridade máxima de comando sobre a Polícia Civil e Militar de Minas Gerais".
Condenação
Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Azeredo participou de desvios de dinheiro de estatais mineiras para abastecer sua campanha à reeleição ao governo do Estado em 1998 – quando ele perdeu a disputa para Itamar Franco.