Após o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinar, na tarde desta quinta-feira (5), a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, políticos reagiram ao fato. A medida ocorreu logo após o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) encaminhar à Justiça Federal do Paraná o ofício autorizando a execução da pena do ex-presidente.
De acordo com despacho de Moro, Lula tem até as 17h de sexta-feira (6) para se apresentar à sede da Polícia Federal em Curitiba. O petista foi condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex do Guarujá, no âmbito da Lava-Jato.
Confira a repercussão:
Álvaro Dias (Pode-PR), líder do partido no Senado - Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, o senador Alvaro Dias (PR) afirmou que é "lastimável" ver um ex-presidente ser conduzido à prisão, mas considerou a decisão um "avanço" para o País. "A impunidade perdeu; o Estado de direito prevaleceu. As leis estão governando os homens nesse momento e estamos caminhando para a inauguração de uma nova Justiça no Brasil. É assim que se constrói uma grande nação", disse Dias em vídeo publicado no Twitter após a decisão.
Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido no Senado - "Moro, alçado ao estrelato pra cumprir o papel de verdugo de Lula, conseguiu o que queria. Menos de 24h depois da sessão do STF, sai a ordem de prisão. Depois? EUA, quem sabe? E a lata de lixo da História, com certeza. Lula é um gigante; Moro é um patético serviçal do capital", afirmou em sua conta no Twitter.
Guilherme Boulos (Psol-SP) - Pré-candidato à Presidência pelo PSOL, Guilherme Boulos disse que os movimentos sociais não vão assistir "passivamente" à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele está convocando a militância para se reunir em São Bernardo do Campo, cidade do petista. "A orientação é para que toda militância vá a São Bernardo. Não vamos assistir passivamente, haverá resistência democrática", disse.
Humberto Costa (PT-PE), líder da minoria no Senado - "Esse mandado de prisão expedido de forma absolutamente açodada é mais um declarado abuso nessa caçada política implacável contra Lula. É um escândalo, que envergonha o Brasil", afirmou.
Weverton Rocha (PDT-MA), líder da minoria na Câmara - "Tenho a convicção que a esquerda deve seguir lutando unida por ideias de desenvolvimento com justiça social. Aprisionaram Lula, mas os ideias de todos nós que queremos um Brasil melhor continuam firmes", afirmou.
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados - "Aqueles que têm responsabilidade pública, em qualquer nação, não podem celebrar a ordem de prisão de um ex-presidente da República. No entanto, o mandado de prisão decorreu de um processo submetido à mais alta Corte do Poder Judiciário, em que foi respeitado o amplo direito de defesa", afirmou o parlamentar fluminense, que é pré-candidato à Presidência da República, em nota à imprensa. Maia afirmou que a democracia brasileira está madura e que, por isso, manifestações sobre a prisão devem respeitar o Estado democrático de direito. "O Brasil é uma democracia madura onde as instituições funcionam plenamente. Toda e qualquer manifestação em relação ao mandado de prisão precisa respeitar a ordem institucional", declarou o presidente da Câmara.
Roberto Jefferson (PTB-SP) - "Não tenho sentimento de vingança em relação a Lula. Também não desejo seu mal. Muito menos comemoro sua prisão. Já passei por isso e sei o quanto uma prisão é desumana, cruel", afirmou Jefferson, que passou dois anos presos, após ser condenado no processo do mensalão. "Recomendo a Lula resignação, paciência, humildade, calma. Que saiba tirar as lições necessárias", emendou o ex-deputado, que é presidente nacional do PTB.
Júlio Delgado (PSB-MG), líder do partido na Câmara - "A decisão de hoje piora o quadro. Fica agudo o sentimento daqueles que torcem pela prisão e pelos que torcem para que ele não seja preso. Só tensiona mais o clima", comentou. Delgado acredita que o PT adotará agora o discurso de vitimização e prevê que o início do cumprimento da pena "mexerá no tabuleiro eleitoral em geral". "Agora efetivamente Lula está fora do jogo. Ninguém vai sustentar a candidatura de alguém preso", concluiu.
Rodrigo Garcia (DEM-SP), líder do partido na Câmara - "O ex-presidente teve direito a sua defesa, a usar todos os recursos estabelecidos no Código Penal e foi condenado. Por isso, espero que ele se apresente conforme a determinação do juiz Sérgio Moro", declarou.
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) - "Prisão de Lula decretada e ainda dizem q a lei é para todos. Como assim? Condenaram Lula sem provas e prendem sem trânsito em julgado. Ah, ele não é do PSDB, vamos reagir", escreveu também no Twitter.
Gleisi Hoffmann (PT-PR) - "Violência sem precedentes na nossa história democrática. Um juiz armado de ódio e de rancor, sem provas e com um processo sem crime, expede mandado de prisão para Lula, antes de se esgotarem os prazos de recurso. Prisão política, que reedita os tempos da ditadura", disse por meio do Twitter.
Paulo Pimenta (PT-RS) - "O juiz Sérgio Moro mais uma vez buscando os holofotes, não impõe limites a sua irresponsabilidade e afronta o estado democrático de direitos, em sua sanha enlouquecida de perseguição ao presidente Lula", disse. Para o líder petista, Lula está sofrendo uma "perseguição odiosa" e pode ser considerado um "preso político". "Nós nos insurgirmos contra essa decisão, não aceitamos o que consideramos um abuso institucional, uma ilegalidade", afirmou.
Ivan Valente (PSOL-SP), líder do partido na Câmara - "A decisão é compatível com o arbítrio de Moro. Primeiro faz condução coercitiva, abre um áudio ilegalmente (de uma conversa entre Dilma Rousseff e Lula quando ela ainda ocupava a presidência da República) e agora existe articulação com o TRF com pressa. Criaram um fato consumado para o STF não julgar as ADCs, essa é a jogada", disse.
Chico Alencar (PSOL-RJ) - "Justiça tem que ser judiciosa e não justiceira! Recurso final, mesmo condenado à derrota, tem que ser apreciado. Não havia risco de Lula fugir. TRF-4 e Moro céleres: o que temem? Já outros processos, como os de Aécio, Azeredo e Jucá, bem morosos. O sistema judicial brasileiro tem dois pesos, vários ritmos e diferentes medidas", comentou.
Henrique Fontana (PT-RS) - "Nossas forças políticas vão construir uma grande unidade de centro-esquerda para recuperar a democracia do nosso país. Esperamos conquistar a presidência de Lula com eleições livres e diretas (...) Eu estou muito mais preocupado com todo o desdobramento da crise político-institucional, que começou com o golpe de 2016. Este pais está sendo jogado no precipício", disse o petista em entrevista à Rádio Gaúcha.