Embora ainda não tenha sido homologado, o acordo de delação premiada de Antonio Palocci já repercute no Partido dos Trabalhadores. Ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e um dos principais interlocutores do ex-presidente Lula, Gilberto Carvalho sustenta que não há "razão para temer a delação Palocci "porque ela "é mentirosa".
Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, nesta quinta-feira (26), o petista afirmou que Palocci é um "homem subjugado" e "dependente" do juiz federal Sergio Moro.
— Não respeitamos essa delação, não a tememos, porque sabemos que ela é mentirosa — disse. — (Palocci) é um homem abatido pela prisão que se rende à vontade dos seus carrascos que são, hoje, os procuradores (da República) e o juiz Moro.
Segundo O Estado de S.Paulo, Palocci pretende revelar detalhes dos esquemas de corrupção dos quais participou durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, entre 2003 e 2015. Ao jornal, fontes na PF confirmaram que a colaboração premiada do ex-ministro foi acertada entre as partes.
Também ex-ministro do governo Dilma, Carvalho acusou Palocci de cometer "desvios" e de "juntar recursos para si". Segundo o petista, "a única coisa que o Palocci deve temer é o que ele mesmo reuniu de dinheiro indevido, se é que reuniu".
— Um prisioneiro fazer delação é normal: as pessoas fraquejam, é muito difícil ficar numa prisão. O que não é normal é mentir — afirmou o ex-ministro. — Quem não deve não precisa temer. O Lula nunca levou para casa uma caneta porque não é da índole dele.
De acordo com o jornal O Globo, Palocci assinou acordo de delação com a PF. No entanto, os termos da colaboração ainda deverão ser validados pela Justiça.