Enquanto a eleição para a Presidência da República se aproxima, o Brasil começa a sair de uma das piores crises de sua história. Após a recessão que fez o PIB encolher 7,1% em dois anos e criou mais de 14 milhões de desempregados, a economia tende a ser um dos pontos centrais dos debates até outubro.
Com as principais pré-candidaturas estabelecidas, ganha importância saber quem são e o que pensam os gurus econômicos dos postulantes ao Planalto.
Um dos formuladores do Plano Real, Gustavo Franco é a referência de João Amoêdo (Novo). O economista deixou em 2017 o PSDB, após 28 anos no partido, e filiou-se ao Novo.
Formou-se e fez mestrado na PUC-Rio, onde hoje é professor. É PhD pela Universidade de Harvard. Também milita no mundo corporativo. Também é fundador da Rio Bravo Investimentos, onde segue como sócio, estrategista-chefe e presidente do conselho de administração. Ainda presidente do Instituto Millenium.
Entre 1997 e 1999, foi presidente do Banco Central (BC). Antes, entre o governo Itamar Franco e o primeiro mandato de Fernando Henrique, foi secretário de política econômica adjunto do Ministério da Fazenda e diretor de assuntos internacionais do BC.
O que pensa
- A essência é valorizar o empreendedorismo. Para isso, é necessário diminuir o custo do capital para incentivar o investimento e aumentar a produtividade. Juros menores devem ser alcançados com responsabilidade fiscal. Redução do tamanho do Estado, reformas da Previdência (com transformação do FGTS em fundo de capitalização) e tributária e aprofundamento da trabalhista são parte dessa estratégia.
— Nenhuma estatal deve ficar fora de cogitação em matéria de privatização. As que estão arrumadas e que poderiam gerar muito caixa para o Tesouro, e consequentemente reduções significativas na dívida pública, como o Banco do Brasil e a Eletrobras, podem ser vendidas com rapidez — diz Franco.
- Maior produtividade na economia será perseguida com diminuição da burocracia para abertura e fechamento de empresas.
- A concorrência será a norma básica da organização econômica, em oposição à tutela pelo Estado.