O pré-candidato do PDT à Presidência da República Ciro Gomes ingressou, juntamente com os presidente e vice-presidente do partido, Carlos Lupi e André Figueiredo, com pedido de autorização para visitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os três se apresentaram como amigos de Lula e enviaram a solicitação à 12ª Vara Federal de Curitiba.
Ciro, Lupi e Figueiredo argumentam que não apresentaram qualquer risco ao normal funcionamento da sede da PF e solicitam a flexibilização da visitação a Lula. O ex-presidente cumpre pena de 12 anos após ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no processo do triplex de Guarujá (SP).
Eles alegam que o pedido deles é diferente do grupo de governadores do Nordeste que tentou visitar Lula e teve autorização negada pela juíza Carolina Moura Lebbos. Além disso, argumentam que a visita é um direito inalienável do condenado, sendo dever do estado promover o respeito à dignidade humana.
Ao negar a visita dos governadores na terça-feira (10), Lebbos decidiu expressamente que "não há fundamento para a flexibilização do regime geral de visitas próprio à carceragem da Polícia Federal". Além disso, ela destacou a decisão do juiz Sergio Moro de que Lula não deveria ter privilégio de visitações, "a fim de não inviabilizar o adequado funcionamento da repartição pública, também não se justificando novos privilégios em relação aos demais condenados".
Os políticos alegam que isso seria uma violação da Convenção Americana de Direitos Humanos, da Constituição Federal e da Lei de Execuções Penais.
Ausência no dia da prisão
Entre os tradicionais aliados do PT, o PDT se descolou da estratégia adotada por PSOL e PCdoB, que se alinharam aos petistas na defesa de Lula antes de sua prisão. À distância, Ciro deu declarações de apoio ao ex-presidente, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) e Manuela D'Ávila (PCdoB) estavam no palanque e na "trincheira" do petista em São Bernardo do Campo (SP).
Lupi, que estava no Pará e não compareceu ao ato político em São Bernardo do Campo, reclamou que os pedetistas não podem ser criticados por não participar do evento.
— Eles esquecem toda a solidariedade que prestamos. Até poema eu fiz, coloquei na página do partido, o Ciro fez uma nota. A vida toda prestamos solidariedade. Por que não vai num dia, como eles queriam, não presta mais? Eu prefiro não considerar, prefiro achar que isso é do calor da emoção do momento difícil — respondeu.
O dirigente negou que a intenção da visita seja agora tratar de possíveis alianças, já que a candidatura de Lula está inviabilizada.
— Compete agora a nós termos solidariedade ao ser humano, que no meu modo de ver, está sendo injustiçado e sendo condenado por algo que não tinha prova cabal nenhuma — declarou.