O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse, nesta quinta-feira (12), que desistiu da ideia de apresentar um impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, a pedido do presidente Michel Temer.
— O presidente entende que não há como, não é o fato de eu me licenciar, e apresentar esse pedido de impeachment na condição de parlamentar, que vai afastar a impressão de que isso seria uma ação de governo — destacou.
Segundo Marun, Temer colocou que não gostaria que isso se transformasse numa ação de governo, pois neste momento o pensamento é de "pacificação". Apesar de confirmar que não fará mais o pedido enquanto for ministro, Marun repetiu as críticas feitas a Barroso, e disse ter convicção de que o ministro do STF "tem desrespeitado a Constituição nas suas decisões e tem deixado com que suas preferências político-partidárias se revelem nas suas decisões".
Marun afirmou que o cumprimento da Constituição é o único caminho "para que o Brasil continue avançando" e voltou a dizer que Temer sofre "ataques" e "perseguições".
— A perseguição é real. A conspiração contra Temer aconteceu, continua e se agudiza — afirmou.
O ministro tentou se esquivar de comentar a informação, revelada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo, de que a esposa do coronel João Baptista Lima Filho, amigo de Temer, pagou em dinheiro vivo uma reforma no apartamento de uma das filhas do presidente. A PF suspeita que a obra tenha sido paga com dinheiro de propina da JBS.
Lima foi preso por três dias no final de março, alvo da Operação Skala. A mulher dele foi intimada a depor.
— Não sei se fornecedor de serviço está dizendo a verdade, não tenho como afirmar que isso é verdade — disse Marun. — Vejo como mais um capítulo da perseguição contra o presidente — completou.
Marun disse ainda que é preciso parar de considerar verdade tudo que os delatores falam.
— Já aprendemos a navegar na tempestade — ponderou.