Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta terça-feira (27), o deputado Pepe Vargas, presidente estadual do PT, falou sobre os ataques à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Rio Grande do Sul. Em Passo Fundo, na sexta-feira (23), no ápice do clima tenso que acompanhou a passagem da comitiva, o grupo foi impedido de ingressar na cidade.
— Essas pessoas não podem achar que de agora em diante a disputa política será tratada com base na violência. Isso só aconteceu porque um grupo queria impedir outro de circular. Se essas pessoas tivessem ido para uma praça fazer um protesto ao invés de usar da violência nada disso teria acontecido. Não foi a caravana do Lula que incitou a violência. Quem incitou a violência foram essas pessoas, que criaram um clima hostil — afirmou.
O deputado considerou que os protestos contra a caravana foram organizados por "grupos minoritários", com emprego de violência. O parlamentar citou o uso inclusive de armas para intimidar a caravana:
— Sempre (eram) grupos muito pequenos, porém muito violentos, cujo objetivo não era fazer um protesto. Porque um protesto contra um político é da democracia e deve ser respeitado. O objetivo dessas pessoas não era fazer protesto, era impedir o Lula de circular, era impedir o Lula de falar.
Confira a entrevista na íntegra:
Pepe Vargas afirmou ainda que "ficou surpreso" com a declaração da senadora Ana Amélia Lemos (PP), que elogiou os manifestantes que atacaram a caravana. O deputado disse que imaginou que a senadora "faria uma autocrítica", após a repercussão da declaração.
— Ela fez uma autocrítica pela metade, porque ontem (segunda-feira) ela disse aqui no Atualidade que não incita a violência, "não é da minha índole". Ótimo, muito bem. Mas ela também disse, mas "quem semeia ventos, colhe tempestades". Quer dizer que agora tu fazer uma atividade política é semear ventos para colher tempestades? Isso está errado. A senadora Ana Amélia precisa fazer sua autocrítica completa. Quem é liderança política nesse momento tem que criticar qualquer ato de violência para que a gente tenha uma normalidade democrática.