O presidente Michel Temer fez a abertura do 8º Fórum Mundial da Água nesta segunda-feira (19), em Brasília. O encontro deste ano tem como tema "Compartilhando Água". O discurso de Temer, feito diante de chefes de Estado e de governo no Palácio do Itamaraty, sede do Ministério de Relações Exteriores, foi vaiado pelo público que acompanhava por telões instalados no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, um dos locais que sediam o evento.
Em sua fala, Temer destacou iniciativas do governo federal de melhorias dos recursos hídricos, e disse que as soluções para amenizar a crise hídrica têm de ser coletivas.
— Se nos fecharmos em nós mesmos, se atuarmos de forma desarticulada, todos pagaremos um preço.
O presidente disse ainda que o governo trabalha num projeto para "modernizar o marco regulatório de saneamento".
O presidente do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, destacou a importância do empenho do poder público em investir em melhorias dos recursos hídricos, mas lembrou que não tem sido suficiente.
— É preciso mais vontade política. É impossível desenvolver melhorias sem o engajamento de vários setores.
Segundo Braga, são necessários US$ 650 bilhões por ano de investimentos, até 2030, para garantir estrutura hídrica.
É a primeira vez que o Fórum Mundial da Água ocorre no Hemisfério Sul. As edições anteriores ocorreram em Daegu e Gyeongju (Coreia do Sul), Marrakesh (Marrocos), Haia (Holanda), Kyoto (Japão), Cidade do México (México), Istambul (Turquia) e Marselha (Francça). Participantes de mais e 150 países estão em Brasília para o evento, que começou no sábado (17) e vai até o dia 23.
Além do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o fórum também possui estruturas montadas ao lado do estádio Mané Garrincha. A distância entre os locais do evento e o Itamaraty é de cerca de 5 quilômetros. Questionada por GaúchaZH, a assessoria de imprensa da Presidência afirmou que o discurso de Temer foi feito em local diferente do evento "por questões de logística", já que está previsto almoço entre os líderes e diversas reuniões bilaterais na sequência, no Palácio do Planalto.