O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes se irritou com a pergunta de um jornalista da Folha de S.Paulo. Ao ser questionado se sua passagem aérea para Lisboa — onde participa de evento organizado pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), do qual é sócio — haviam sido custeados pelo STF, o ministro esbravejou:
— Devolva essa pergunta a seu editor, manda ele enfiar isso na bunda. Isso é molecagem, esse tipo de pergunta é desrespeito, é desrespeito — disse Gilmar, por telefone, ao repórter.
À Folha de S.Paulo, Gilmar negou que o STF tenha pago pelos bilhetes, mas não informou quem os custeou. Segundo a Folha, o jornal havia também questionado se o ministro estaria de volta ao Brasil em 4 de abril, quando o STF deve retomar o julgamento do habeas-corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presença de Gilmar Mendes é incerta justamente em razão do seminário do IDP em Portugal.
Bate-boca em plenário
Na semana passada, o ministro protagonizou um bate-boca com o colega Luís Roberto Barroso no plenário do STF, que motivou a suspensão da sessão pela presidente Cármen Lúcia e gerou memes nas redes sociais. Na ocasião, Gilmar citou casos em que a maioria formada nas turmas do STF é utilizada para pautar questões polêmicas, como a liberação do aborto. A menção foi uma provocação ao ministro Luís Roberto Barroso, que respondeu imediatamente.
— Você é uma pessoa horrível, uma mistura do mal com o atraso e pitadas de psicopatia — disse (ouça a discussão abaixo).
Ele continuou dirigindo palavras ásperas ao colega, questionando os julgamentos de Mendes.
— Vossa Excelência está sempre atrás de algum interesse que não é o da Justiça.
Em meio ao clima quente, Cármen Lúcia suspendeu a sessão "pelo tempo regimental". Ainda assim, Gilmar disparou contra Barroso:
— Faço a sugestão ao ministro Barroso que feche seu escritório de advocacia — afirmou.
Relembre o bate-boca: