Em visita ao Rio Grande do Sul, o relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, declarou nesta quinta-feira (29) que espera que o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja finalizado em 4 de abril — data de retomada da análise. Fachin tocou no assunto durante passagem por Rondinha, na Região Norte, onde ele nasceu.
Ao conceder uma liminar a Lula, o STF impediu a prisão do ex-presidente até o dia 4. Na segunda-feira (26), o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), em Porto Alegre, negou os embargos de declaração apresentados pela defesa do petista. O ex-presidente foi condenado a 12 anos e um mês no âmbito da Lava-Jato.
Na visita ao Estado, Fachin participou de atividades do 53º aniversário de emancipação de Rondinha e também falou sobre ameaças recebidas por sua família, reveladas pelo ministro na terça-feira (27) durante entrevista. O relator da Lava-Jato afirmou que providências já foram tomadas em relação ao assunto, que ele considera "sob controle".
Durante sua passagem pela cidade gaúcha, Fachin foi escoltado por integrantes da Brigada Militar (BM) e da Polícia Federal (PF). Ao completar o primeiro ano como relator da Lava-Jato, lembrou o trabalho iniciado por seu antecessor, o ministro Teori Zavascki, que morreu em janeiro de 2017.
Segundo Fachin, ele assentou três pilares para o andamento das investigações: a execução da pena depois da condenação em segunda instância, a importância do instrumento da colaboração premiada como meio de obtenção de provas e a legitimidade e regularidade das prisões preventivas e temporárias.
O ministro acrescentou que ainda no primeiro semestre deverão ser julgadas as primeiras ações penais originárias da Lava-Jato na Corte.