Moradores de favelas alvos de operação das Forças Armadas no Rio de Janeiro, estão tendo seus rostos e RGs fotografados pelos soldados que atuam desde a madrugada desta sexta-feira (23) na Vila Kennedy, Vila Aliança e Coreia. A operação conjunta do Exército com as forças policiais do Estado conta com 3.200 militares, que fazem cerco às favelas.
De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), a atuação dos soldados é "legal" e feita regularmente.
— Trata-se de um procedimento feito regularmente, legal, cuja finalidade é agilizar a checagem de dados junto aos bancos de dados da Secretaria de Segurança — explicou o coronel Carlos Frederico Cinelli, chefe da comunicação social do CML.
— Uma vez enviada para o sistema da Polícia Civil, a foto é deletada — acrescentou.
Segundo Cinelli, a checagem através das fotos visa causar "menos transtorno" às pessoas.
— Caso não fosse feita assim, essa checagem demandaria muito mais tempo e transtorno ao cidadão — considerou.
— A checagem é feita quanto a mandados de busca em aberto e consulta à ficha de antecedentes criminais — completou.
O coronel esclareceu ainda que a medida é autorizada pelo decreto da Garantida de Lei e da Ordem (GLO).
— O procedimento está amparado pelo decreto de GLO, que faculta a realização de inspeções e revistas no âmbito de uma operação desta natureza — afirmou Cinelli.
A operação nas favelas da Zona Oeste ocorre dois dias depois que o subcomandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Vila Kennedy, Guilherme Lopes da Cruz, de 26 anos, foi morto ao reagir a uma tentativa de roubo.
Na última terça-feira(20), o sargento do Exército Bruno Cazuca também foi morto na Zona Oeste ao reagir a um assalto.