No corpo a corpo pelo convencimento para aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano e longe dos 308 votos necessários, Michel Temer voltou a defender o tema, nesta terça-feira (12). O presidente também aproveitou a cerimônia de posse da diretoria-executiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para fazer uma cobrança pública a parlamentares que se dizem contra a reforma.
— Quando você, deputado, senador, aprova ou desaprova um ato normativo, você expõe suas razões — disse. — Quem vai votar contra a Previdência tem que ter uma razão — completou.
Temer exemplificou ponto a ponto o que chamou de inverdades em relação à reforma, citou que haverá uma transição para a idade mínima ser alcançada e disse que é preciso fazer esclarecimentos.
— Quem diz que não vai votar porque ela prejudica os mais pobres, não é verdade — destacou. — Há uma longa transição, então idade mínima não é argumento para votar contra a reforma — disse.
— A única razão seria: bom, eu não voto a reforma porque ela alcança os servidores públicos que ganham mais de R$ 5 mil, que é o teto da Previdência — afirmou o presidente.
Ressaltando o discurso de que a reforma vai combater privilégios, Temer disse que a ideia é equiparar o setor público com o privado. O presidente disse que os deputados que tiverem de dar explicações estarão defendendo "os privilégios ou aqueles que se utilizam de certas demasias do nosso sistema".
Temer destacou ainda que a economia para o Estado brasileiro com a reforma, para os próximos 10 anos, é de R$ 500 bilhões.
— E eu estou aproveitando a impopularidade para fazer o que o Brasil precisa — disse.
"Celeiro do mundo"
Temer também teceu elogios ao setor de agropecuária, disse que o Brasil pode ser o celeiro do mundo e que ouve, em suas viagens internacionais, relatos do potencial brasileiro.
— Esse é um grande momento para o Brasil — afirmou. — Precisamos reformar, como estamos reformando, muitas questões no nosso país.
Como tem feito em seus discursos, Temer citou outros projetos aprovados, como a PEC do teto dos gastos, ressaltou o apoio do Congresso e afirmou que a modernização trabalhista "é em favor dos empresários, mas também do empregado".
— Quando pensamos nas reformas, sabemos que não podemos parar.