Em uma cerimônia marcada por discursos a favor da reforma da Previdência, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) tomou posse como ministro da Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política. O evento ocorreu no Palácio do Planalto, na tarde desta sexta-feira (15). Marun substitui Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que pediu exoneração na semana passada após ser pressionado pelo PMDB e partidos do Centrão, que reivindicavam mais espaço no governo.
A posse estava marcada para quinta (14), mas foi adiada para contar com a presença do presidente Michel Temer, que ficou internado por três dias em São Paulo para uma cirurgia urológica. O evento serviu para pontuar que o principal objetivo de Marun no ministério será trabalhar pela reforma da Previdência. Temer disse que o colega de partido será "um gigante" a trabalhar pelo texto.
— Digo, em alto e bom som, nós vamos aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional — bradou o presidente.
Temer disse que quer contar com a energia de Marun a favor do texto e, em tom de brincadeira, pediu que ele se dedique "18 horas por dia, se possível 20 horas, à reforma".
Ao justificar o adiamento da votação, que foi transferida de dezembro para fevereiro do ano que vem, Temer disse que "não quer constranger nenhum deputado e senador" e, por isso, diante da conclusão de que não havia os 308 votos necessários na Câmara, a votação da reforma foi alterada.
Em seu discurso, antes mesmo da manifestação do presidente, Marun disse que assume o cargo com a consciência de que a aprovação da reforma da Previdência é prioridade.
— Este é, no momento, o maior desafio. Porque ao tornar a Previdência mais igual, mais justa e com menos privilégios, estaremos viabilizando economicamente o país — afirmou.
Digo, em alto e bom som, nós vamos aprovar a reforma da Previdência no Congresso Nacional.
MICHEL TEMER
Considerado um dos parlamentares mais ativos na defesa do governo, Marun utilizou parte de seu discurso para elogiar Temer, destacando números de recuperação da economia.
— Serei e sou, a partir deste momento, um soldado sob vosso comando (de Temer), em sua árdua luta para fazer com que o nosso país seja um Brasil melhor para todos os brasileiros — prometeu.
Marun disse que abriu mão da candidatura à reeleição para participar do governo (para concorrer, ele teria que deixar o ministério em abril do ano que vem, prazo de descompatibilização).
Embora tenha sido pressionado a deixar o cargo, Imbassahy participou da posse do novo ministro e fez um discurso favorável ao governo. O tucano disse que foi uma honra trabalhar com Temer e considera ter contribuído para a estabilização política do país a partir da aprovação de matérias no Congresso.