O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite desta quarta-feira (6) que a Operação Lava-Jato ajudou a quebrar o Estado do Rio Janeiro. Para um público de milhares de apoiadores e ao lado da ex-presidente Dilma Rousseff, ele fez um discurso de 25 minutos em um palco montado na praça central de Maricá (RJ).
— A Lava-Jato não pode fazer o que está fazendo com o Rio. Se um empresário errou, prende o empresário. Mas não quebra a empresa, porque quem paga é o trabalhador. Porque dizem que meia dúzia roubou, não podem causar o prejuízo que estão causando à Petrobras — afirmou.
O petista chegou a dizer que a política brasileira está sendo destruída.
— Eu nunca na minha vida vi o Rio tão pobre, infeliz, quase na falência. O governador não tem 1% de aprovação, o outro governador está preso, o outro também, a governadora também, o presidente da Assembleia também. A política está em processo de destruição no país, e o Rio é exemplo disso — disse Lula, em referência ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), aos ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB), Anthony Garotinho (PR) e Rosinha Garotinho (PR) e ao presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Jorge Picciani (PMDB).
Lula, que está em caravana por Espírito Santo e Rio de Janeiro, afirmou também que chegará à corrida presidencial de 2018 com disposição para ganhar.
— Se querem me derrotar, vão disputar comigo nas urnas.
O município de Maricá é governado pelo PT há oito anos. Lurian da Silva, filha de Lula, é dirigente local da legenda e participou do ato. Mais cedo, a prefeitura da cidade mandou arrancar cartazes colados nos muros com dizeres contra o ex-presidente: "Fora de Maricá. Lula ladrão, seu lugar é na prisão". A segurança foi reforçada pela polícia por conta da possibilidade de haver protestos contra ele, mas nada aconteceu.