O assessor especial do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), disse em depoimento à Polícia Federal que os R$ 55.186 em dinheiro vivo apreendidos em sua casa eram "provenientes de saques de sua conta bancária, dos Bancos Itaú, CEF (Caixa Econômica Federal) e das diárias do táxi de que é proprietário".
A Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava-Jato, suspeita que Fabio Cardoso do Nascimento, auxiliar de Picciani, recebia propina para o deputado estadual Paulo Melo (PMDB).
O Ministério Público Federal (MPF) relatou ao desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), que "95% das entregas" de propina a Paulo Melo eram feitas para Fábio Nascimento ou sua irmã Andrea.
Nascimento é irmão de Andrea Cardoso do Nascimento, chefe de gabinete de Paulo Melo. Picciani, Paulo Melo, Nascimento, Andrea e o também deputado do PMDB Edson Albertassi foram presos na Cadeia Velha.
O depoimento do assessor foi prestado à PF no dia 14 de novembro, data em que ele foi capturado. A Justiça converteu a prisão de Nascimento em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
À PF, Nascimento informou que "suas fontes de renda são como funcionário da prefeitura de Petrópolis (RJ), como assessor especial do deputado Jorge Picciani, como proprietário de um táxi e boxes de garagem". O assessor afirmou que sua renda mensal é de cerca de R$ 12 mil.
Ele declarou que "atualmente vem prestando serviço somente na Alerj" e que "comparecia esporadicamente no comitê eleitoral do deputado Paulo Mello no ano de 2014".
Os investigadores apontaram Nascimento como doador de Paulo Melo nas eleições de 2006, com R$ 5 mil, e em 2014, com R$ 25 mil. O Portal Transparência da Alerj informa que, em julho de 2017, o salário de Nascimento foi de R$ 11.033,89.