O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani (PMDB), negou as acusações contra ele e classificou a prisão de um de seus filhos como "uma covardia" para atingi-lo. Na terça-feira (14), o deputado foi levado a depor, e o filho Felipe, preso pela Polícia Federal.
— Felipe é zootecnista, bom pai, bom filho, bom amigo, que não tem atuação política. Todos que o conhecem o respeitam e sabem do seu caráter e correção.
Picciani afirmou que nunca recebeu vantagem em troca de favores.
— A Alerj não atua a serviço de grupos de interesse, não interfere em aumento de tarifas e não votou isenção de IPVA para ônibus, porque isso foi feito por decreto do Executivo, quando eu nem sequer tinha mandato — disse o peemedebista.
Ele também negou ter conta no Exterior.
— Meu patrimônio é absolutamente compatível com a renda oriunda das minhas atividades empresariais e isso já foi comprovado em investigação devidamente arquivada.
A Operação Cadeia Velha, deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal, investiga os também deputados estaduais Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) e outros 10 suspeitos por corrupção e outros crimes envolvendo a Assembleia Legislativa do RJ.
Albertassi afirmou, em nota, que sua defesa "ainda não teve acesso ao inquérito". Já Paulo Melo negou as acusações.
— Nunca tive nenhum envolvimento com essas pessoas, nenhum tipo de encontro para tratar disso — afirmou, após seu depoimento na Polícia Federal.
"Conjecturas"
A defesa de Jacob Barata Filho afirmou que a decisão de decretar sua prisão "não trouxe novas acusações e se baseou nas mesmas conjecturas que já foram tidas por insuficientes" pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A Assembleia do Rio disse que "repudia as acusações de que teria beneficiado empresários". "O parlamento não atua em função de interesses espúrios de quem quer que seja".
A defesa de José Carlos Lavouras, que está preso em Portugal desde julho, afirmou que a prisão "foi imposta irregularmente, pois já havia sido decretada anteriormente pelo juiz Marcelo Bretas". A Odebrecht informou que colabora com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. A reportagem não localizou as defesas de Lélis Teixeira e Marcos Teixeira.