A mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do deputado Lúcio Vieira Lima, ambos do PMDB da Bahia, atribuiu, por meio de sua defesa, "inverdades" ao ex-assessor Job Ribeiro Brandão, que trabalhava para o parlamentar. A mãe dos peemedebistas, de 80 anos, se colocou à disposição da Justiça.
Em depoimento à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República, Job afirmou que dinheiro em espécie era guardado em malas e caixas no closet de Marluce Vieira Lima.
Segundo o ex-assessor, a família "possuía muito dinheiro guardado no apartamento de Marluce Vieira Lima", em Salvador.
O dinheiro, relatou Job, ficou guardado no closet do quarto da mãe em caixas e malas até o início de 2016.
Após as declarações de Job, a defesa da mãe de Geddel e Lúcio enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal.
Segundo o advogado Gamil Föppel, que defende a família Vieira Lima, Marluce "está à disposição" da Corte máxima, do Ministério Público e da Polícia Federal "para prestar todo e qualquer esclarecimento necessário, assim como fornecer documentos e/ou equipamentos".
"A peticionária (Marluce Vieira Lima) teve ciência, através da imprensa, da veiculação de diversas inverdades no bojo do depoimento de Job Ribeiro Brandão. Destarte, em vista do que fora exaustivamente veiculado pela imprensa, a peticionária informa ter interesse em prestar todos os esclarecimentos eventualmente necessários, a fim de estabelecer a verdade", afirmou Marluce, por meio de sua defesa.
Anexos à manifestação, a mãe de Geddel e Lúcio entregou ao Supremo relatórios médicos.
"Cabe pontuar, entretanto, que a peticionária é idosa, já contando com oitenta anos de idade, sendo portadora de enfermidade que lhe dificulta sobremaneira a locomoção, razão porque pede que qualquer intimação que eventualmente lhe seja dirigida, guarde a antecedência necessária face à dificuldade de locomoção que acomete a peticionária, conforme atestados médicos", relatou a defesa.
Geddel está preso desde setembro quando a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em malas e caixas, dentro de um apartamento ligado a ele e ao irmão.
Job Brandão tem intenção de fazer um acordo de colaboração premiada. Ele virou alvo da Tesouro Perdido após a PF identificar suas digitais em parte dos R$ 51 milhões. O ex-ministro e o deputado Lúcio são investigados pelo crime de lavagem de dinheiro.