De olho em 2018, o líder do governo no Senado e presidente nacional do PMDB, Romero Jucá (RR), afirmou que não há proibição da legenda para a formação de alianças com o PT nas eleições estaduais. Em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, nesta sexta-feira (10), Jucá reiterou, no entanto, que a prioridade do PMDB é promover candidaturas próprias nos Estados ou apoiar políticos alinhados às reformas do Planalto.
— Hoje, não há uma proibição de coligação com nenhum partido, nem com o PT. Sempre iremos dar prioridade a candidaturas do PMDB, depois com coligações que digam respeito à nossa base partidária. Soa estranho se a gente tiver um candidato próprio e um candidato do PMDB estiver no palanque com um candidato do PT. Acho que não dá liga, não combina.
O líder do governo atribui as alianças entre PMDB e PT nos Estados à possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. Jucá sugere que, se o petista for impedido de disputar o cargo, é possível que os apoios não sejam mantidos.
— Nós não tomamos uma definição na Executiva do partido, mas existem alguns Estados, principalmente no Nordeste, que estão com a visão de que o Lula pode ser candidato. Na minha visão, o Lula não será candidato. Portanto, essa vontade de estar no palanque com o Lula não sei se será uma vontade grande de estar no palanque com o Fernando Haddad, com Jacques Wagner ou com qualquer outro candidato do PT — disse Jucá em relação à possível condenação de Lula no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Jucá afirmou que pelo menos 17 ministros deverão deixar o governo para disputar as próximas eleições, em 2018. Em relação aos rumores sobre o possível desembarque do PSDB, o líder do governo disse esperar que o partido tucano "possa se reequilibrar".
— Gostaria de ver um PSDB atuante, unido. Temos que discutir e construir uma candidatura única nesse campo dos partidos que querem o fortalecimento da economia, a livre iniciativa e contra abusos populistas. Vejo na divisão do PSDB algo que fragiliza essa busca para que 2018 seja um avanço em relação ao que fizemos no governo de Michel Temer. Não podemos ter um retrocesso. 2018 não pode ser uma escolha entre Lula e (Jair) Bolsonaro: se nós tivermos isso, é o fim da picada.
O senador defendeu o "legado" do governo Temer em relação às medidas econômicas adotadas pelo peemedebista após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Jucá confirmou que Temer enviará para o Congresso na segunda-feira (13) os ajustes às novas regras da reforma trabalhista, que passam a vigorar neste sábado (11). O líder do governo também admitiu as dificuldades para aprovar a reforma da Previdência
— O presidente (da Câmara) Rodrigo Maia e o presidente Michel Temer estão debatendo que tipo de proposta é factível de votar. Dentro de alguns dias, nós teremos o escopo (da matéria) e a aprovação dessa matéria. Considero importante que a gente possa aprovar qualquer proposta que possa avançar na modelagem da Previdência, mas é cedo ainda para dizer que vai ser votada ou não.