Há três semanas de escolher os novos dirigentes do partido e de decidir se desembarca do governo Temer, o PSDB segue em cima do muro. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade na manhã desta segunda-feira (20), o presidente interino do partido, Alberto Goldman, não confirmou se ministros e membros do segundo escalão do governo irão ficar ou sair do partido e sequer deu indicativos das escolhas para as eleições de 2018.
A única certeza dada pelo ex-governador de São Paulo é de que o atual prefeito da capital paulista, João Doria, não deverá concorrer pelo PSDB à Presidência — restando o nome de Geraldo Alckmin como o mais provável.
— Doria não será o nosso candidato em 2018 — afirmou Goldman.
A discórdia entre os tucanos atingiu seu pico há duas semanas, quando Doria chamou Goldman, que ainda era vice-presidente da legenda, de "improdutivo" e "fracassado".
Logo em seguida, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) destituiu o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) da presidência interina do PSDB, porque ele disputará o comando da sigla em dezembro. Até a disputa, Goldman ficará no cargo por ser o mais velho entre os vice-presidentes da sigla.
Nesta segunda-feira (20), o ex-governador evitou rebater as críticas a Doria para além de descartá-lo como presidenciável. Ele votou atrás em alfinetadas dadas anteriormente ao prefeito e disse que o correligionário está no "seu direito" de viajar o país reforçando seu nome a uma possível candidatura ao Planalto.
— Isso não foi resolvido e não tem por que resolver (o bate-boca com Doria). O problema agora é nacional, não vou resolver problema municipal — desconversou Goldman.
O presidente interino do PSDB também foi vago ao falar sobre o futuro dos tucanos que estão à frente de três ministérios — Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy). Bruno Araújo, que estava na Cidades, deixou o cargo na semana passada.
— Eles estão no governo por convites pessoais e se continuarem no governo vai ser por isso, sem nenhuma intervenção do partido — afirmou Goldman.
O tucano ainda falou sobre o desgaste causado por Aécio Neves à sigla e sobre a participação do PSDB no fato de Temer estar à frente do governo federal. Ouça a íntegra: