O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, foi preso de forma temporária no início da manhã desta quinta-feira (5) na zona sul do Rio de Janeiro. Ele é suspeito de participar na suposta compra de votos para a escolha da capital fluminense como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) cumpriram o mandado contra Nuzman em desdobramento da Operação Unfair Play — Segundo Tempo, uma etapa da Lava-Jato. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas.
De acordo com o MPF, a ordem de prisão de Nuzman é decorrente de uma tentativa de ocultação de provas após a polícia ter cumprido mandado de busca e apreensão na residência do presidente do COB, em setembro.
O ex-diretor-geral de operação do Comitê Rio 2016 Leonardo Gryner também foi preso de forma temporária. Ele foi detido em um apartamento de luxo na zona sul do Rio de Janeiro. Além das duas ordens judiciais de prisão, agentes da PF e do MPF cumprem seis mandados de busca e apreensão na cidade.
Em março, o jornal francês Le Monde denunciou que, três dias antes da escolha da capital fluminense para sediar os Jogos, foi paga propina a dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI). Em setembro, o MPF pediu o bloqueio de até R$ 1 bilhão do patrimônio de Nuzman, do empresário Arthur Cesar Soares de Menezes Filho, o "Rei Arthur", e de Eliane Pereira Cavalcante, ex-sócia do empresário, para "reparar os danos provocados pelo desvio devido às proporções mundiais da acusação".
Conforme o G1, a investigação também aponta a participação do ex-governador do Rio Sérgio Cabral no esquema de corrupção. A apuração indica que Nuzman e Gryner fizeram a ligação entre o esquema de propinas de Cabral e membros africanos do COI, com Soares como intermediário.
Nuzman e Gryner deverão ser indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Às 11h haverá entrevista na sede da Superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, no Rio, para explicar os motivos da operação.