Após ser denunciado por corrupção passiva pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e vencer a votação na Câmara dos Deputados em agosto, o presidente Michel Temer enfrenta nesta quarta-feira (25) uma nova denúncia. Desta vez, por organização criminosa e obstrução de Justiça.
Desde que assumiu a Presidência da República de maneira definitiva, no segundo semestre de 2016, Temer comemorou a vitória, em julho deste ano, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que absolveu a chapa composta com Dilma Rousseff, e celebrou a aprovação, no Congresso, de propostas voltadas à área econômica que dividiram opiniões no país.
Na votação desta quarta-feira (25), para que o processo contra o presidente siga ao Supremo Tribunal Federal (STF), são necessários ao menos 342 deputados favoráveis à continuidade da investigação. O Planalto estima que deve ganhar com folga, ainda que menor em relação à primeira denúncia.
Abaixo, relembre as votações que Temer enfrentou desde que assumiu a Presidência:
PEC do Teto
Uma das principais propostas do governo no campo econômico, a PEC do Teto foi aprovada no Senado por 53 votos a 16 em dezembro do ano passado. Com isso, os gastos públicos passaram a ser congelados por 20 anos. Ou seja, só podem aumentar conforme a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mesmo que mede a inflação oficial do país.
Terceirização
Temer e equipe tiveram outra vitória na área econômica em março deste ano com a aprovação, na Câmara, da terceirização para qualquer atividade em empresas públicas e privadas. À época, o texto recebeu 231 votos favoráveis e 188 contrários.
Absolvição da chapa
Em junho, por quatro votos a três, o presidente comemorou, no TSE, a absolvição da chapa composta com Dilma das acusações de abuso de poder político e econômico. Como a maioria do colegiado não encontrou provas de irregularidades no financiamento da campanha de 2014, o peemedebista não teve o mandato cassado, e a petista poderá participar da próxima corrida eleitoral.
Na ocasião, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, ganhou destaque ao desempatar a votação a favor de Temer. Com discurso em prol da "estabilidade institucional", Gilmar afirmou que "não se substitui um presidente da República a toda hora, ainda que se queira".
Reforma trabalhista
Por 50 votos a 26, o Senado aprovou em julho o texto da reforma trabalhista depois de mais de 11 horas de sessão. Por conta do projeto, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi alterada em mais de cem pontos, o que despertou críticas da oposição. Já entre os apoiadores do governo, o texto é visto como uma ferramenta para modernizar as relações entre empregadores e funcionários.
– Essa aprovação definitiva da proposta é uma vitória do Brasil na luta contra o desemprego e na construção de um país mais competitivo – comemorou o presidente após a votação.