O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho, afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes está "visivelmente desequilibrado, querendo fazer ataques pessoais" ao procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em resposta às críticas feitas pelo ministro, nesta terça-feira (12), durante entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, Robalinho disse que os ataques fazem denegrir não apenas Gilmar "mas a Suprema Corte que ele representa".
Ouça a íntegra da entrevista:
O presidente da associação contestou as insinuações do ministro sobre Marcello Miller — ex-procurador que deixou o Ministério Público Federal (MPF) para atuar em um escritório de advocacia que negociou o acordo de leniência do grupo JBS — ser o braço direito de Janot.
— Não sei de onde ele tirou que (Miller) era braço direito de Janot, ele era um assessor, mas longe de ser o assessor principal — disse.
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Sobre o encontro de Janot com o advogado de Joesley Batista, Pierpaolo Bottini, no sábado (9), Robalinho afirmou que não há razão para o procurador e o advogado inventarem a história de que foi um encontro fortuito, uma vez que, se eles quisessem se encontrar na Procuradoria-Geral da República, seria "absolutamente normal", além de que Gilmar é a "última pessoa no mundo júridico brasileiro que pode falar de encontros".
— Ele (Gilmar) tem uma agenda de encontros públicos e sociais com as mais variadas fontes políticas, que ele faz questão de ter e insistir que não tem problema nenhum nisso.
Robalinho ainda aproveitou para contestar a idoneidade do ministro no julgamento de quarta-feira (13), que deve tratar sobre a suspeição de Janot na condução das investigações contra o presidente Michel Temer.
— Um juiz que se antecipa dessa forma, antecipando juízos de um tribunal, é mais um situação em que Gilmar deveria se dar por suspeito.