Confirmada nesta quinta-feira (14), a segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer coloca à prova uma declaração do peemedebista. Em fevereiro deste ano, Temer afirmou que ministros denunciados na Operação Lava-Jato seriam afastados temporariamente. Se virassem réus, acrescentou o presidente na época, teriam de deixar os cargos.
Além de Temer, mais sete investigados são alvos do documento assinado por Janot. Entre eles, os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral.
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— Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas que eventualmente possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado na Lava-Jato será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia, e o ministro se transformar em réu da Lava-Jato, o afastamento é definitivo — disse o presidente há sete meses.
Integrantes do PMDB que ocuparam pastas no governo Temer e hoje estão presos, Eduardo Henrique Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) também foram atingidos pela denúncia de Janot. Completam a lista de alvos do procurador-geral da República os ex-deputados Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures, também do PMDB, além do empresário Joesley Batista, do grupo J&F, e do executivo da companhia Ricardo Saud.
Temer foi denunciado por organização criminosa — assim como os demais integrantes de seu partido — e obstrução da Justiça. Segundo o documento, os peemedebistas formaram um núcleo para cometer crimes contra empresas e órgãos públicos. Por sua vez, os membros do grupo J&F foram denunciados por obstrução da Justiça.
Contraponto
Na noite desta quinta-feira (14), o Palácio do Planalto informou que Padilha e Moreira Franco não serão afastados, segundo o portal de notícias G1.