Após uma reunião das bancadas da oposição, deputados decidiram que vão questionar o rito estabelecido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para a votação da denúncia apresentada contra o presidente Michel Temer marcada para quarta-feira (2).
– Solicitamos uma reunião com Maia, não dá para fazer um rito resumido. Votar a denúncia à noite é fundamental para que o trabalhador acompanhe – disse o líder da minoria na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE).
Maia já disse, nesta terça-feira (1º), que a votação deve acabar na tarde de quarta.
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Os cerca de 15 deputados do PT, PC do B, PDT, PSOL e Rede que participaram do encontro afirmaram que o governo está "desesperado" para derrubar a denúncia, mas que eles não vão aceitar que etapas sejam descumpridas a favor do governo. A principal preocupação da oposição é que Maia permitiu que a sessão de debates comece com 52 dos 513 em plenário e que essa fase pode ser interrompida após apenas quatro discursos – dois contra e dois a favor da denúncia – , bastando que um requerimento seja aprovado no plenário.
O grupo de oposicionistas irá se reunir novamente à noite, para fazer uma nova avaliação no cenário, mas já definiu que não vai dar quórum durante o dia para forçar que a votação aconteça à noite, quando um maior número de pessoas está em casa e poderá assistir à sessão.
– Não vamos dar quórum durante o dia. Esta votação precisa acontecer de noite, depois que o trabalhador for para casa – reiterou o líder do PSOL na Câmara, deputado Glauber Braga (RJ).
Também do PSOL, o deputado Chico Alencar (RJ) defendeu que a oposição está comprometida em não dar "quórum para essa sujeira".
Votos
Integrantes da oposição também afirmaram que a maioria dos 513 deputados já se posicionou a favor da denúncia e que eles vão trabalhar até quarta para alcançar os 342 votos necessários para que a denúncia contra Temer seja aceita. O governo, no entanto, afirma que já tem o número de apoio suficiente para barrar o processo.