O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Ricardo Tripoli (SP), vai orientar a bancada tucana, formada por 46 deputados, a votar a favor do prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer, segundo a assessoria da liderança do partido. A reportagem apurou que a decisão é uma manobra do líder para constranger ministros que foram exonerados pelo Palácio do Planalto, com o objetivo de ajudar Temer na votação.
Dos 10 ministros exonerados, nesta quarta-feira (2), por Temer, que são deputados federais e podem participar da sessão, dois são tucanos: o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB-PE). Com isso, Araújo e Imbassahy vão, na prática, ter que contrariar a orientação do próprio partido.
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Além disso, o painel de votação exibirá uma orientação diferente daquela apresentada pelo relator da denúncia, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que recomendou a rejeição da admissibilidade do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Parte da bancada do PSDB se reuniu na manhã desta quarta-feira para discutir o assunto, mas o encontro acabou esvaziado diante da divisão interna na legenda.
Diferente de outras siglas aliadas ao Planalto, como o PP, o PRB e o próprio PMDB de Temer, o PSDB não fechou questão sobre o tema. Isso significa que não há uma obrigação partidária para que os parlamentares tucanos votem a favor ou contra o governo.
A expectativa é que o PSDB registre maioria a favor da denúncia e contra o presidente Michel Temer. Os deputados do grupo conhecido como "cabeças-pretas" esperam conseguir até 30 votos contra o governo.