O ministro da Casa Civil Eliseu Padilha afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que seria "perfeitamente possível" governar sem o apoio PSDB, ainda que o Palácio do Planalto deseje a permanência dos tucanos como aliados. Para ele, o governo Temer tem de estar preparado para qualquer baixa que possam ter na base de sustentação. O ministro também falou sobre a denúncia contra o presidente Michel Temer, a pesquisa sobre a popularidade do governo e as acusações das quais é alvo em inquéritos da Operação Lava-Jato.
Sobre a denúncia contra o presidente da República Michel Temer – denunciado por corrupção passiva, com base nas delações da JBS –, Padilha comentou que o governo já derrubou a acusação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, portando, é à oposição que interessa, neste momento, reverter o resultado, e não o contrário.
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Em relação à dança das cadeiras que aconteceu na CCJ antes de a denúncia ser votada – com a troca de parlamentares a fim de favorecer Temer –, Padilha disse que mudanças são "absolutamente normais, rotineiras e disciplinadas a pelo regimento interno da Casa". Já em resposta à exoneração de indicados por deputados que votaram contra Temer, o ministro também justificou dizendo que "o governo é feito pelos aliados" e, por isso, "ao exonerar, o governo não faz mais do que corresponder a esse desejo (deles) de não pertencer à administração".
Sobre a última pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, que mostrou que a popularidade de Temer está em 5%, Padilha acredita que, "na hora que a população sentir que está vivendo um novo momento sob o ponto de vista econômico", não há dúvida de que a popularidade do governo irá aumentar.
Alvo de inquéritos da Lava-Jato, Padilha preferiu não comentar a respeito das acusações de que teria intermediado o recebimento de propina da Odebrecht. O ministro também afirmou que não se preocupa com possíveis delações de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro. Ele disse que sempre manteve uma relação de "cunho político-partidário" com o ex-deputado e, quanto ao doleiro, nunca sequer o conheceu.