O advogado que defende o presidente Michel Temer da denúncia de corrupção passiva, Antônio Cláudio Mariz, criticou a imprensa e setores do meio jurídico e da sociedade por estarem, segundo ele, condenando o presidente por antecipação. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, afirmou que a imprensa tem feito perguntas com tom de acusação sobre o caso.
Quanto à leitura do voto do relator da denúncia na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, recomendando a admissibilidade do processo, Mariz afirmou que o texto do deputado Sergio Zveiter, do PMDB, não trouxe nada de novo em relação à denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mariz disse que a acusação de que Temer recebeu propina não se sustenta.
Leia mais
Mariz vai à Câmara defender 'ilicitude da prova' contra Temer
Após parecer, advogado de Temer diz 'rezar' para ter convencido deputados
Para o advogado, não fica materializado o crime de corrupção no encontro de Temer no Palácio do Jaburu com um dos donos da JBS, Wesley Batista, ao argumentar que o dinheiro foi devolvido, numa referência a mala com 500 mil reais flagrada com o ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures.
– Esse dinheiro foi devolvido! Que história é essa que o presidente recebeu dinheiro? – criticou.
Mariz afirmou que o presidente está sofrendo, mas que recebeu com serenidade a leitura do relator que votou pela admissibilidade do trâmite do processo. O advogado admitiu que poderá trazer fatos novos na peça de defesa, ou na próxima sessão da CCJ ou em plenário, dependendo do teor das denúncias.