Dois dias depois de recomendar a renúncia se as "alegações de defesa não forem convincentes", o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) telefonou no sábado (20) para o presidente Michel Temer (PMDB). Segundo a Folha de S.Paulo, FHC lembrou de crises que enfrentou durantes seus mandatos e falou sobre o papel de um presidente de resistir a momentos de instabilidade.
O telefonema ocorreu no momento em que o PSDB discute a possibilidade de desembarcar do governo. Neste domingo (21), o partido aliado decidiu cancelar uma reunião em que discutiria a manutenção do apoio.
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A cúpula do PSDB sigla deve retomar as conversas sobre o assunto na segunda-feira (22), em conjunto com representantes do DEM e do PPS, mas não deve haver uma decisão formal sobre a posição do partido.
Em mensagem publicada na quinta-feira nas redes sociais, sem citar nomes, FHC disse que os atingidos pelas delações da JBS "têm o dever de se explicar e oferecer à opinião pública suas versões", mas que "se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia".
Na publicação, citou "indignação e decepção" como sentimentos correntes. "A solução para a grave crise atual deve dar-se no absoluto respeito à Constituição", disse.