Servidores do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) protestaram, na segunda-feira (29), contra a indicação do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), ex-ministro da Justiça, para assumir a pasta após troca de cargos feita pelo presidente Michel Temer.
Os funcionários deram um abraço simbólico no prédio da CGU, espalharam cartazes na entrada do órgão e afirmaram que não vão deixar o peemedebista tomar posse. Se isso acontecer, eles disseram que vão intensificar os atos contra a permanência de Serraglio no cargo.
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Para os servidores, o fato de o peemedebista ter sido citado na Operação Carne Fraca e ter defendido anistia ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) "o desqualificam para o exercício do cargo de ministro da CGU".
"Não é aceitável que um órgão com responsabilidades no âmbito da prevenção e do combate à corrupção receba como dirigente máximo um ministro sob suspeita", diz a nota do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle. A entidade afirma ainda que, nos últimos anos, a CGU vem sofrendo com "cortes no orçamento".
Serraglio foi demitido do Ministério da Justiça, no domingo (28), para dar lugar a Torquato Jardim, que comandava a pasta da Transparência. O deputado terá uma conversa nesta terça-feira (30) à tarde com Michel Temer para responder se aceita assumir o novo cargo.
O Planalto insiste para que Serraglio continue no governo e não volte à Câmara, o que tiraria a cadeira do suplente, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer que virou alvo da Lava-Jato.
*Estadão Conteúdo