A nova fase da Lava-Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (4), revelou um dado que impressionou os investigadores. De acordo com depoimentos de colaboradores, os pagamentos prosseguiram até junho de 2016, mesmo após a deflagração da operação e depois de dirigentes serem presos ou afastados.
Procurador regional da República e integrante da força-tarefa Lava-Jato, Orlando Martello observou que a constatação revela que o esquema criminoso ainda não foi integralmente desfeito. Por isso, segundo ele, as prisões são "perfeitamente justificáveis" para interromper a prática dos crimes.
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"A divisão das vantagens ilícitas e os próprios pagamentos de propina continuam a ocorrer mesmo após o desligamento dos agentes públicos da Petrobras, e, pasmem, permanecem ativos mesmo após tanto tempo de investigação. Isso demonstra que ainda são realmente necessárias medidas extremas para interromper a prática desses crimes, sendo perfeitamente justificáveis as prisões realizadas no decorrer da operação”, observou Martello.
Ainda conforme o Ministério Público Federal (MPF), as apurações se basearam em provas obtidas por meio de quebras de sigilo telefônico, bancário e fiscal dos envolvidos, assim como nos depoimentos de outros ex-gerentes da Petrobras e empreiteiros que firmaram colaboração premiada com o órgão.
"Os criminosos colaboradores relataram ainda que os pagamentos de propina prosseguiram até junho de 2016, mesmo após a deflagração da Operação Lava-Jato e a saída dos empregados de seus cargos na Petrobras", destacou o MPF.