Manifestações contra o governo de Michel Temer tomaram as ruas de diversas cidades do Brasil, nesta quinta-feira (18), em meio à crise política que atinge o país. As mobilizações ganharam força após o presidente afirmar, em pronunciamento à imprensa, que não vai renunciar ao mandato.
Em Porto Alegre, o protesto teve confronto entre Brigada Militar (BM) e manifestantes. Por volta das 18h, apoiadores e representantes de partidos políticos de oposição ao governo, entidades de classe e movimentos sociais se reuniram na Esquina Democrática, tradicional ponto de encontro de mobilizações na Capital. Os manifestantes utilizaram carro de som para discursar contra Temer e as reformas promovidas por seu governo, principalmente, a trabalhista e a da Previdência.
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Por volta das 19h, saíram em caminhada pelas principais vias da região central, com gritos de ordem contra o presidente. Durante o trajeto da passeata, algumas ruas e avenidas foram parcialmente bloqueadas pela EPTC. Perto das 20h, a maior parte do grupo se concentrou no Largo Zumbi dos Palmares.
Após essa parada, parte seguiu em direção ao bairro Cidade Baixa. Perto das 20h30min, manifestantes e a BM entraram em confronto nas proximidades das avenidas Ipiranga e Azenha. A corporação utilizou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a mobilização após parte do grupo ter arremessado pedras contra os PMs.
Embates em Florianópolis e no Rio de Janeiro
No Rio, uma multidão se concentrou no entorno da Igreja da Candelária, no centro. Os organizadores do ato realizaram caminhada até a Cinelândia. Por volta das 20h30min, pequeno grupo tentou enfrentar a PM na Avenida Rio Branco, gerando confronto.
O grupo começou a atirar pedras e rojões contra os policiais, que reagiram com bombas de gás. Teve início então o tumulto, que causou pânico e correria pelas ruas próximas.O ato foi encerrado abruptamente e os confrontos se espalharam pela região central, como já havia ocorrido no dia 28 de abril, quando houve manifestação em função da greve geral convocada por centrais sindicais e pelo menos nove ônibus foram incendiados na Lapa, a poucos metros da Cinelândia.
Em São Paulo, a concentração foi na Avenida Paulista, próximo ao Masp. Cartazes e faixas com frases contra Temer foram utilizados no ato. O ato, organizado por movimentos sociais, seguia pacífico até o fechamento desta edição.
Um início de embate entre manifestantes e PM foi registrado no protesto organizado em Florianópolis, após confusão. No confronto, um manifestante sofreu um golpe de cassetete dado por um policial.
Em Brasília, um grupo partiu da região central da cidade até o Congresso. O ato seguia pacifico até por volta das 20h30min. Em Goiânia, manifestantes foram atropelados por uma motorista que tentou furar bloqueio na Avenida Anhanguera. Ao menos duas pessoas ficaram feridas.
Em Caxias do Sul, o ato teve poucas pessoas reunidas na Praça Dante Alighieri, no centro.
Manifestantes percorreram ruas do bairro Benfica, em Fortaleza, pedindo a saída de Temer da Presidência da República e a convocação de eleições diretas. A maioria era de estudantes e militantes de partidos de esquerda. O público não foi divulgado pelos organizadores.
A concentração começou por volta das 16h na Praça da Bandeira, em frente à Faculdade de Direito, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Depois do anúncio de que Temer não renunciaria, aos gritos de "Se empurrar o Temer cai. Diretas já!", eles caminharam pelas ruas, portando faixas e cartazes contra o presidente. O protesto ocorreu de forma pacífica e terminou com um ato na Praça da Gentilândia, próximo ao campus da UFC que reúne os cursos do Centro de Humanidades.
Em Recife, um grupo de manifestantes se reuniu na Praça do Derby, no centro expandido, para cobrar o afastamento do presidente Michel Temer do cargo e a realização de eleições diretas. Segundo a organização do evento, cerca de 10 mil pessoas participam do ato, que começou às 14h. A Polícia Militar não divulgou a estimativa de participantes no protesto.
Por volta das 18h, o grupo deixou a Praça do Derby e seguiu em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista, em direção à Praça da Independência, tradicional ponto de encerramento de manifestações populares na capital pernambucana. No percurso, foram registrados alguns atos de vandalismo, como a pichação de ônibus e quebra-quebra na porta de agências bancárias.