Aécio Neves (PSDB-MG) foi afastado oficialmente do cargo no Senado na manhã desta quinta-feira (18), conforme o advogado-geral da Casa, Alberto Cascais. Após as revelações dos donos da JBS, o ministro Edson Fachin decidiu pelo afastamento do senador, mas negou pedido de prisão da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Aécio.
A defesa de Aécio Neves vai buscar ainda neste quinta-feira (18) no Supremo Tribunal Federal (STF) cópia do processo que resultou no seu afastamento do cargo na manhã de hoje e pedir para formular um requerimento de reconsideração da decisão ao ministro Edson Fachin.
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A informação é do advogado de Aécio, José Eduardo Alckmin. Ele confirmou que Aécio pediu R$ 2 milhões ao dono da JBS, Joesley Batista. Mas, segundo o advogado, foi um pedido de empréstimo para custear a defesa do senador. De acordo com José Eduardo Alckmin, foi uma transação particular, que não teve relação com o cargo de senador.
– Uma operação dessas é corriqueira na esfera civil, todos nós pedimos empréstimo, afinal de contas, os juros dos bancos, vocês sabem muito bem, nem sempre são aceitáveis. Então, quem tem a oportunidade de ter um amigo que pode ajudar pede ajuda. Foi o que aconteceu – disse.
O advogado ressaltou ainda que o dono da JBS estava monitorado pela Polícia Federal, que "foi quem ditou as regras de como as coisas ocorreram".
De acordo com José Eduardo Alckmin, o senador ficou "surpreso e inconformado com o seu pedido de prisão, que, a seu ver, não está adequado à real versão dos fatos". Para Aécio, segundo o advogado, o que houve foi uma descontextualização de sua conversa com alguém que era seu amigo.
Aécio Neves passou a manhã reunido com os advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Alencastro, em sua casa, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. O tucano recebeu, no fim da manhã, integrantes da cúpula do PSDB no Senado. Estão reunidos com ele José Serra (SP), Antonio Anastasia (MG), o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PB), e o líder da bancada, Paulo Bauer (SC).
José Eduardo Alckmin falou com jornalistas ao deixar a casa de Aécio antes de seguir para o Supremo.
*Zero Hora e Agência Brasil