Por 226 votos a 125 e uma abstenção, o plenário da Câmara aprovou requerimento de encerramento da discussão do Projeto de Lei (PL) 6786/16, que trata da reforma trabalhista. Com isso, os líderes partidários começaram a encaminhar a orientação das suas bancadas sobre como votar o mérito da reforma.
Para que o projeto seja aprovado, na forma do substitutivo do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que teve vitória folgada na comissão especial, é necessária maioria simples, metade mais um dos votantes, desde que haja no mínimo 257 deputados.
Um pouco antes do encerramento da discussão, os deputados rejeitaram um requerimento de retirada de pauta do projeto da reforma trabalhista. O pedido foi feito por parlamentar da base governista, o deputado Simão Sessim (PP-RJ).
A apresentação do requerimento foi uma estratégia dos aliados para impedir que a votação do encerramento da discussão fosse nominal. O requerimento de Sessim foi rejeitado por 270 votos a 64. Como a votação foi nominal, quando os deputados têm registrar seu voto no painel eletrônico, a oposição ficou regimentalmente impossibilitada de pedir nova votação nominal no requerimento seguinte a ser apreciado pelo plenário.
O regimento interno da Câmara estabelece que o pedido para a realização de votação nominal só pode ser feito uma hora depois da última votação deste tipo. A oposição reagiu e acusou os governistas de fazer uma manobra para evitar a votação nominal.
A votação é encarada no Planalto como o principal teste de fidelidade da base, de olho em outra reforma mais polêmica, a da Previdência.
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A intenção do Planalto é cravar mais de 308 votos para indicar que tem condições de também emplacar a reforma da Previdência. Na questão trabalhista, a segurança do governo também advém da pressão de ministros em suas bancadas e dos cargos liberados nos últimos dias.
Se passar pela Câmara, a reforma trabalhista seguirá ao Senado, onde já é alvo da oposição do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).